Resistir é minha razão de existir

Lutando com dedicação
Entre o estudo e a ação
Horas, entre leituras e escritas
Nos protestos, uma cara conhecida

Um espírito que não se conforma
Um alienado para isso olha,
e não entende o porque faço isso.

Diante de um mundo dessa forma,
realmente não faltam motivos,
em quem tenha de consciência o mínimo.

Um dia passou diante de mim a morte
E eu pude escapar dela por sorte

Refleti depois sobre minha existência
Neste mundo cheio de problemas...
Será que fiz alguma diferença?

Mais bem pior que não ter nada mudado
É não ter nem ao menos tentado
Não ter nem pra isso se esforçado

E se ali tivesse tudo acabado?
Meu fim naquela hora chegado...
Que estúpida morte seria!
Mas não mais estúpida do que toda minha vida

Já que nesse mundo imundo eu vou continuar
Não mais em branco por ele irei passar
Minha marca nele eu irei deixar
Meu compromisso é agora para sempre lutar
Num sistema que a todos mortifica
Na luta contra ele se expressa a vida
Agora tudo é intensidade
A emoção que se sente no calor do combate

Em cada obra lida,
Em cada texto ou poesia escrita...
Uma batalha vencida!

Aqueles que lêem por ler
Escrevem por escrever
Obrigados pelo trabalho ou pela escola
Em troca de um salário ou de uma nota
Ou mesmo para se promover
Querendo alguma vantagem obter...
Nunca poderão me compreender!

Se o mundo irá mesmo melhorar ou não
Não é essa a questão
O importante é que dei minha contribuição
Que lutei com compromisso e determinação

Que não fui cúmplice nem omisso...
Em meio a atrocidade e injustiça,
vendo a população explorada e oprimida.
Fui alguém que se colocou contra tudo isso

E agora não mais importa
Se a morte me bater à porta
Para o fim da existência eu sigo
Com sensação de dever cumprido

O único lamento sentido
Será o de mais tempo não ter tido
para mais um pouco ter aqui combatido.


Luiz Aurélio
16 de agosto
2011

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